RAZÃO DA EXISTÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL

A MISSÃO DA EDILIDADE MUNICIPAL:::

A CAMARA MUNICIPAL DE TURMALINA TEM COMO PRESSUPOSTO VELAR PELA LISURA DO PROCESSO POLÍTICO, ZELAR PELA BOA APLICAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS E A FISCALIZAÇÃO ISENTA DAS AÇÕES ADMINISTRATIVAS DO GOVERNO MUNICIPAL, BUSCANDO SEMPRE TRABALHAR EM FAVOR DO CIDADÃO, PRIORIZANDO A SUA LIBERDADE, O RESPEITO PELA IGUALDADE SÓCIO-CULTURAL E POLÍTICA - MIRANDO COM ESSAS AÇÕES SEMPRE O ENGRANDECIMENTO MAIOR DA NOSSA TURMALINA !!!

Turmalina perde dois ex-prefeitos num intervalo de uma semana.


::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: NOTA DE LUTO :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

A cidade de Turmalina pranteia os ex-prefeitos Newton Machado Pereira (*1921-2011), que governou a cidade entre 1959 e 1963; e o popularíssimo Antônio Maurílio de Macedo Costa (*1931-2011), que governou a cidade por duas ocasiões, entre 1967-1971 e 1978-1981. Veja abaixo o elogio fúnebre de ambos lido no plenário da Câmara Municipal, ocasião em que foram velados em cerimônia fúnebre.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

II


TURMALINA PRANTEIA MAURÍLIO MACEDO.


                         “Pois o presente é o futuro do passado, e o passado é o futuro revivido”.
Pe. Antonio Vieira (*1608—†1697), Sermão de 14.02.1674.


         Antonio Maurílio de Macedo Costa nasceu no dia 13 de setembro de 1931, em Turmalina (MG), filho do funcionário público municipal Sebastião Alves de Macedo, por alcunha o U’Ruas (*20.01.1892—†24.12.1968) e de Maria Gomes de Macedo (*1908—2008). Neto paterno do Alferes (da Guarda Nacional) Antonio Alves de Macedo (12.04.1834—13.06.1911) e de dona Josefa Lopes de Macedo (*1854—†1909). Neto materno do Professor Manoel Gomes da Costa (*31.01.1886—†21.01.1955) e de dona Josina Antunes de Oliveira (*21.01.1891—†1982), [o famoso casal Mané Gome e Ticum].

         Desde cedo, auxiliando o pai, Maurílio Macedo demonstrou tino comercial. Também foi junto do pai que aprendeu a amar, depois apenas de Deus e dos pais, conforme a sacra doutrina, a sua terra piedense. Ainda na juventude, como se dizia ao tempo, botou comercio, que até hoje subsiste, na Praça Sebastião Alves, homenagem ao velho progenitor. Depois transferiu seu comércio para o antigo distrito de Leme do Prado (cidade desde 1995), daí retornando para a cidade natal, onde permanece.

         A estima em que sempre foi tido no seio da comunidade, levou Maurílio Macedo na bela idade dos trinta e seis anos, à eleição para  o cargo de Prefeito Municipal de Turmalina, para o período compreendido entre 01.02.1967 a 31.01.1971.

         Exerceu com honra e probidade o cargo confiado pelo povo coetaneo e irmão. Iniciou com enxada e enxadão o serviço de água e esgoto, inteiramente às expensas dos cofres municipais, pois o estado não disponibilizava recursos para saneamento básico e infra-estrutura. Junto dele, solidário e capaz, o vice-prefeito Murilo Maciel Lima. Entregou o cargo aos sucessores Antonio Bebiano de Oliveira Júnior e Pedro Jacques Lopes Maciel (vice), com o serviço de água concluído, o Grupo Escolar Badaró Júnior inaugurado e a Escola Joaquim Ferreira reinaugurada no Povoado de Bom Jesus do Peixe Cru.

         Voltando às atividades comerciais, após dois pleitos, Maurílio Macedo foi chamado novamente ao exercício da política militante e executiva. Foi eleito para o exercício executivo compreendido entre 31.01.1977 a 31.01.1981. Foi eleito com 1.471 votos pela legenda da ARENA, tendo por companheiro de chapa o ilustre José Joaquim de Oliveira, filho do distrito de Caçaratiba. Foram eleitos no mesmo pleito os seguintes vereadores, todos pela legenda arenista:

1.     Vicente Antunes de Oliveira – 348 votos.
2.     Maria José Vieira Machado – 216 votos.
3.     Patricio Ferreira de Macedo – 158 votos.
4.     Antônio Alves Cordeiro – 152 Votos.
5.     José Calixto de Souza – 150 votos.
6.     Ângelo Fernandes dos Santos – 136 votos.
7.     José Pinheiro Rocha – 119 votos.
8.     Newton Machado Pereira – 112 votos.
9.     Adão Pinheiro da Fonseca – 100 votos.

         Esse segundo exercício foi uma provação para o pacifico Maurílio Macedo. A começar pela prioridade orçamentária, direcionada para a construção do complexo Hospitalar São Vicente de Paulo. Exigência da classe política e do povo de Turmalina, cansado de sofrer nas filas intermináveis em Diamantina e Belo Horizonte para procedimentos simples, quando não em Minas Novas.

         Em verdade, justiça seja feita, o segundo governo de Maurílio Macedo, foi o resgate das obras hospitalares. Entre 1966 e 1976, os cofres públicos tiveram enormes sangrias pela imposição da lei federal que estipulava a quantidade mínima de população para a escalonação das verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por outro lado, com a chegada dos militares em 1964, o poder central estabeleceu critérios rígidos para a prestação de contas municipais, obrigando os municípios a elaborarem seus Planos Diretores. Só em 1973, na administração Antonio Bebiano (1971-1973), Turmalina apresentou ao governo estadual seus primeiros planos diretor e rodoviário, elaborados por Vicente Antunes de Oliveira e a Equipe do Projeto Rondon.

         Fatores localizados, como o grave acidente com o prefeito Odair Bonifácio Maciel (1974-1976), obrigando o município à uma interinidade longa (4 meses) com Valdêz Coimbra Maciel (Presidente da Câmara Municipal), também contribuiu para o engessamento das obras do Hospital, dada à brusca interrupção administrativa. Em suma o povo e a classe política já não agüentavam mais.

         Graças à força de vontade do Prefeito Maurílio e de Vicente Antunes (Presidente da Conferencia de São Vicente de Paulo), do doutor Gilberto Pessoa (da Codevale); do deputado, depois senador Murilo Badaró; Dep. Gerardo Renault, e outros, o Hospital São Vicente de Paulo foi inaugurado em 1978, ante a presença de autoridades e pessoas gradas da cidade e região.

         Entretanto a distensão política iniciada pelo Presidente Ernesto Geisel, as inúmeras pressões exercidas pelo governo central sobre os municípios, a propaganda oficial exigindo o planejamento sem oferecer técnicos e métodos, as chuvas torrenciais e as subseqüentes gigantescas enchentes ribeirinhas de 1979, os problemas de ordem pessoal, não passaram incólumes pela límpida biografia de Maurílio Macedo.

         Comedido e pacifico, equilibrado e equânime, Maurílio Macedo passou por um período intranqüilo, desesperador tanto para si quanto para a família e as amizades mais próximas. Esse o motivo que o fez afastar-se da chefia executiva do município, entregando o cargo nas mãos do ilustre piedense Antonio Alves Cordeiro, então presidente da Câmara Municipal, em vista do falecimento de José Joaquim de Oliveira, vice-prefeito.

         Coube ao prefeito Maurílio Macedo, nesse curto período de sua 2ª gestão municipal, receber a visita do Governador Francelino Pereira dos Santos (19781982). Foi uma ocasião de festa e regozijo público de inegável beleza e poesia. Turmalina, como todas as comunas mineiras, havia passado pelas torrenciais chuvas de 1979. A população, já pobre e sofrida desde há muito, havia passado por aperturas as mais diversas e penosas: casas desabas, invasão de casas ribeirinhas pelos rios Araçuaí e Itamarandiba, colapso das estradas vicinais locais, isolamento da sede municipal com os distritos, povoados e comunidades rurais. Esse o quadro presenciado pelo ilustre piauiense Francelino Pereira, que então governava o estado montanhês.

         Entretanto, o senhor governador, acompanhado de altas autoridades do estado e da republica, não vira só tristeza e miséria na tradicional terra piedense. A comunidade prepara-lhe festas e folguedos, teatros e apresentações diversas, recepcionara-lhe festivamente no campo de pouso. A periferia e a zona rural acorreu em peso para abarrotarem as ruas e praças. Intensa demonstração de competência e calor humano, o professorado à frente. Foi uma ocasião de regozijo cívico. Coroação da segunda administração Maurílio Macedo.


         Confirmando a afirmação de Santo Agostinho, “O passado não foi, ainda é”, Maurílio Macedo vive hoje cercado do respeito e da estima da sua terra, com a consciência tranqüila do dever cumprido.


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